quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

As 10 chamadas mais ridículas feitas ao 911



O mundialmente conhecido número 911 (190 no Brasil) serve em alguns países para atender os mais distintos casos de emergência; no entanto, este serviço tão importante é ocupado (por desocupados) para fazer chamadas nem tão urgentes. A seguir as dez chamadas mais tontas feitas a este número.

  • 10. O homem que ligou porque era perseguido pela policia. Em 2008, um homem de Sarasota, Flórida era perseguido por uns policiais; não teve dúvida, pegou o seu celular e ligou para o 911 avisando de um roubo de um banco relativamente próximo. Queria distrair os patrulheiros que acabaram por prendê-lo. Foi preso e teve que pagar uma multa de 20 mil reais, reportou o jornal Los Angeles Times.
  • 9. Chamou o 911 porque não o deixaram entrar em um clube noturno . Na cidade de Beaverton no estado do Oregon, um sujeito de nome Edgar Dieguez ligou para o 911 porque os seguranças do clube "The Caribe", não deixavam que ele entrasse no local porque estava muito "cheirado". Quando finalmente os policiais chegaram, descobriram que o sujeito tinha cocaína escondida em seu sapato, segundo informou uma rede de TV local.
  • 8. Ligaram para reclamar de problemas caseiros. Dizem que é comum este tipo de chamada na China. Em Ningbo, uma mulher ligou para o 911 para queixar-se a respeito de seu noivo que se negava a esquentar os seus pés, imediatamente depois o noivo chamou ao mesmo número para se queixar de que sua noiva era muito "mandona". Acreditem ou não, o chefe de polícia foi até o local para persuadir o rapaz que era obrigação dele esquentar os pés da noiva.
  • 7. A mulher que queria mais camarões em seu arroz frito. No estado do Texas, uma senhora chamou o 911 para solicitar que uma patrulha fosse até o restaurante onde ela havia solicitado uma porção extra de camarão que não foi servida, ela demandava o reembolso ou o camarão extra. Ao final, nenhuma das duas coisas foi concedida.
  • 6. Ligou para pedir ajuda em matemática . Um garoto chamado Johnny de 4 anos, ligou para o 911 porque precisava ajuda para resolver sua tarefa de matemática. Ao final sua mãe notou que o pequeno estava ligando para o 911 e o repreendeu por isso.
  • 5. A esposa que queria que seu esposo deixasse de ver pornografia. Na cidade alemã de Aachen, uma mulher chamou a emergência porque seu marido era viciado em ver filmes pornográficos. A polícia foi à casa e efetivamente descobriu o esposo deitadão no sofá vendo um destes filmes. Infelizmente para a mulher, os policiais não puderam fazer nada com o vício de seu marido.
  • 4. Mulher que queria nuggets. Na Flórida, uma mulher de 27 anos ligou três vezes para o 911 porque uma lanchonete não tinha os nuggets de frango que ela tinha solicitado, a mulher foi inclusive processada com a acusação de fazer mau uso do serviço telefônico de emergência.
  • 3. O homem solitário. Segundo o jornal San Francisco Chronicle, um homem solitário, sem emprego e deprimido, ligou 27.000 vezes para o 911, a maioria das ocasiões só para escutar a resposta e desligar quase imediatamente. Em um período de 9 meses fez todos essas ligações até que a polícia rastreou o telefone celular do qual saíam todos estes telefonemas e processou-o por este abuso.
  • 2. A mulher encerrada em seu auto. Uma mulher da Flórida chamou a emergência para que a auxiliassem já que tinha ficado presa no interior de seu carro e estava se sentindo mau. A resposta do serviço de emergência foi que tratasse de levantar a trava da porta.
  • 1. O policial bonitão. Dois policiais visitaram a casa de Jeanne Dudash em Aloha, Oregon, para verificar se tudo estava bem devido a uma chamada que tinham recebido, assim que se foram a mulher chamou ao 911 porque queria ver um deles de novo já que era um homem muito bonito. A mulher queria porque queria que informassem o número telefônico do oficial, finalmente e depois de alguns minutos, o policial regressou, só para prender a mulher, segundo informa a KGW de Oregon.
  • Bônus. Japa solitário. Em 2007 um japa muito solitário ligou para os bombeiros 388 vezes com alertas falsos. Da última vez ligou para os bombeiros gritando ao telefone: - "Fogo!, Fogo!, tem muita gasolina e querosene aqui! Socorro!!!". O serviço de emergência local enviou 5 carros de combate à incêndio, uma ambulância e 35 bombeiros à casa do Japa, que, meigo, esperava a comitiva com chás e biscoitinhos.
Link original: http://www.mdig.com.br/index.php?itemid=9429

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Presentaço



Basicamente, existem dois tipos de namorada no mundo: As que dão A Coisa pro namorado e as que não dão!

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Os Natais da minha infância



Desde tenra idade, o mês de Dezembro sempre foi o meu favorito.

Fim de ano significava férias, passeios, viagens, brincadeiras na rua sem hora para acabar...

E ainda tinha duas datas comemorativas passíveis de se ganhar presentes, o Natal no dia 25  e meu Aniversário no dia 27.  Claro que como toda criança perfeitamente normal e saudável, minha parte favorita nisso tudo era a hora dos presentes.
Dois, é claro, um do Papai-Noel e outro dos meus pais, pelo aniversário.

E foram muitos presentes ao longo da minha infância: Bicicletas, Video-Games, Bonecos e Veículos (dos Comandos em Ação, He-Man, SuperPowers, ThunderCats, Rambo, etc...).

O que mais me marcou foi esse "feioso" aí de cima.

Pra quem não conhece é o Mandíbula, inimigo do He-Man.

Tenho ele até hoje (nada-nada, a mais de vinte anos!), guardado a sete chaves.

Marcou porque eu tinha perdido as esperanças de ganhá-lo.

Senta que lá vem história:

Íamos (eu e minha família: Pai, Mãe e Irmão, Avó e Avô) passar  as festas no Sítio de uns parentes.
Como era de hábito, meus pais me fizeram escrever uma cartinha para Papai-Noel uma semana antes do dia 25 para depois colocá-la do lado de fora da janela do meu quarto, dentro de um tênis. Na carta deveria estar especificado o meu presentinho de Natal.
Feito isso, era aquela agonia minha e do meu irmão indo todas as manhãs conferir se o bom velinho tinha recolhido nosso pedido. Três ou quatro dias pareciam uma eternidade.
Lá pelo dia 22 ou 23 a cartinha simplesmente desaparecia de dentro do sapatinho e era aquela alegria.
Naquele ano foi diferente. A cartinha sumiu mas minha alegria e a do meu irmão durou até que levantei a questão:
"Como Papai-Noel fará para entregar nossos presentes se não vamos estar em casa este ano?".
A lógica infantil está além da argumentação adulta, e de nada adiantou meu pai e minha mãe falarem que ele saberia onde estaríamos.
Acho que eu e meu irmão chegamos a cogitar a possibilidade deles nos deixarem em casa (a idéia de um sítio nunca nos foi das mais agradáveis) enquanto viajavam, mas a situação era complicada já que a minha idade somada a dele não chegava nem a uns 13 aninhos...
Muito a contragosto fomos viajar. Os primeiros dias no Sítio foram chatos. A perspectiva de não ganhar presentes naquele ano era motivo mais que suficiente para que nós não brincássemos com os bichinhos, com os primos, nem nadassemos na piscina.
Nada estava bom...
Eis que chega a grande noite.
Virada do dia 24 para o dia 25, aquela ceia de Natal fabulosa (foi a primeira vez que comi carne de pato e de cabrito) e eu e meu irmão de bico.
Eu lembro que estava sentado a mesa degustando minha sobremesa quando ouvi uma prima mais velha gritar:
"Nossa, o que é isso!??!?!?! Anselmo, Àlan, corram aqui!!!".
Obedecemos.
Chegando na sala, que foi de onde o grito veio, dois embrulhos de presente em pé na frente da lareira (acho que também foi o primeiro Natal que passei em uma casa com lareira), um com meu nome numa etiqueta, outro com o do meu irmão. Trocamos aquele olhar incrédulo (realmente as nossas esperanças já tinham se esgotado) e nos colocamos a rasgar o papel.
Ganhei meu Mandíbula, e meu irmão o Príncipe Adam.
Fomos dormir com nossos bonequinhos na mão, para no dia seguinte os deixar encostados num canto para aproveitar tudo o que o sítio tinha a nos oferecer.
Aí sim brincamos, jogamos bola, nadamos...
Bons tempos!

Hoje, o mês de Dezembro continua sendo meu favorito.

A parte dos presentes ainda é gostosa (e agora engloba também o ato de presentear pessoas queridas - que no fim das contas acaba sendo tão prazeroso como receber os mimos), mas o mais importante é ter as pessoas que amo (amigos, família) ao meu redor, conversar bastante (sobre coisas sérias e muitas bobagens também), comer aquelas comidinhas que só se faz em fim de ano, rir, brincar...

Desejo que você ganhe exatamente aquilo que você quer e que tenha ainda a possibilidade de deixar isso um pouquinho de lado para aproveitar melhor  a companhia de quem está ao seu redor e os momentos inesquecíveis que só essa época pode proporcionar!

Um feliz Natal pra todo mundo!

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Como Aborrecer Papai-Noel

  • Ao lado da chaminé faça vários bonecos de neve com cartazes "Fora Papai Noel!".
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  • Alugue um touro bem nervoso e deixe na sala. Desfrute a reação do bicho quando ele ver aquele tipo vestido com um traje vermelho balançando a bunda gorda na sala de sua casa.
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  • Deixe um bilhete a Papai Noel explicando que se mudou de casa. Inclua um desenho indecifrável de como chegar a seu novo domicílio.
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  • Deixe um bilhete junto ao telefone, explicando que a Mamãe Noel ligou para dizer que se eles esquecesse o leite e o pão de novo, nem precisaria voltar para casa.
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  • Decore sua Árvore de Natal com ovos de Páscoa.
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  • Disfarce-se de coelhinho da páscoa e quando o Papai Noel chegar, diga que essa casa não é suficientemente grande para os dois.
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  • Deixe uma bandeja com belas bolachas e um grande copo de leite, com um bilhete "Para a fadinha dos dentes". Ao lado coloque um guardanapo sujo com uma bolacha Maria mordiscada e um copo manchado de banha com leite até a metade e com uma mosca morta, com a nota "Para Papai Noel".
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  • Decore a sala com escopetas e troféus de caça. Quando Papai Noel estiver ali, saia e grite: "Uma rena! Uma rena! E tem o nariz vermelho! Dispare várias vezes para o ar.
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  • Enquanto Papai Noel estiver entregando os presentes aproveite para pôr uma multa por excesso de velocidade no para-brisas do trenó.
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  • Quando Papai Noel esteja ocupado demais entregando os presentes, troque suas renas voadoras por veadinhos comuns. Sente-se para esperar o espetáculo quando Papai Noel tente decolar.
  •  
  • Consiga um disfarce de policial, bagunce a a casa como se tivesse acontecido um roubo e saia. Quando Papai Noel descer pela chaminé, abra a porta com uma patada, com um revólver na mão, aponte e grite: "Alto aí meliante sem vergonha, finalmente te pegamos com a mão na massa". Depois algeme-o e leia seus direitos.
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  • A mulher se esconde e o marido sai. Quando Papai Noel chegar ela o abraça e o marido então entra na sala enquanto ela grita: "Céus, meu marido! Que faremos agora?"

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Meu Atual Perfil no Orkut (ou Falta do que Postar)


Atenção: quem me add sem foto ou mensagem para que eu possa identificar não será aceito e terá o nome enfiado no Cú do Sapo (é pior que na boca).


Sou um cara tranqüilo, sério, distante, de poucas palavras e que troca a noite pelo dia.


Essas minhas características me rendem uma aura misteriosa e enigmática, e as pessoas em geral ficam romanceando em suas mentes que talvez eu possa ser um vampiro, um serial-killer ou um milionário excêntrico.


Nada disso:


Sou calmo pois descobri que a maioria das coisas se resolve sozinha, sem nenhum esforço especial;


Sério pq aprendi a me controlar pois costumava achar tudo e todos engraçados e rir (inclusive nos momentos mais inconvenientes);


Distante pq sigo várias linhas de pensamento simultaneamente, sobre os mais variados assuntos, sendo uma delas sempre para meu entretenimento;


Sou de poucas palavras pq prefiro ficar quieto do que falar bobagem. Não sinto a menor necessidade de que me achem mais esperto do que eu realmente sou;


Troco a noite pelo dia por vários motivos:
- Durante a madrugada é que passam os melhores filmes da TV
- Luzes ( a solar principalmente) me incomodam além do normal devido ao meus quase dois graus de astigmatismo em ambos os olhos
- Fico um pimentão após qualquer mínima exposição ao sol
- A uns quatro anos atrás arranjei um emprego na recepção e farmácia de um hospital que além de me poupar de aturar o período diurno, me paga adicional noturno!


Gosto de escrever, desenhar, fotografar, fazer filmes amadores e artes-plásticas.


Quando era apenas um moleque, enchi tanto o saco do meu pai que o convenci a me dar de presente uma máquina de escrever. Prometi a ele que com aquela minha primeira máquina eu escreveria um livro, e escrevi!Só que não publicaram...
Ao menos cumpri a promessa e acabei escrevendo também um roteiro para o cinema, o que também acabou não dando em nada.


Pra compensar tive alguns contos e uma charge publicados na Gazeta da minha cidade.


Com os filmes amadores e as artes-plásticas me saí melhor:
logo minhas peripécias e de alguns amigos vão virar um DVD engraçadíssimo (ao menos para eu e alguns amigos), meus vídeos com assombrações em geral fazem sucesso no YouTube, estou finalizando meu primeiro curta-metragem e uma bela coleção de máscaras confeccionadas por mim (através de uma técnica minha) enfeita a parede do meu quarto e pode ser vista em um dos meus álbuns do Orkut.


Gosto de cozinhar.
Minhas especialidades culinárias são um saborosíssimo e inigualável Risoto e meus deliciosos Hambúrgueres de Churrasqueira.
Recentemente ando me esgueirando pelos mistérios da culinária japonesa, sendo que meu Yakissoba dá pro gasto.


Coleciono Livros, DVD’s, Revistas em Quadrinhos e Action Figures (bonecos ou “hóminhos”, pra ser mais exato, de personagens de cinema e histórias em quadrinhos).


Tenho verdadeira adoração pela Década de 80.


Sou péssimo para julgar o caráter e as verdadeiras intenções daqueles que me rodeiam. Já “caí do cavalo” com pessoas que julgava serem de boa índole. Por outro lado já me surpreendi positivamente com gente para quem torci o nariz a princípio.


Também sou um sujeito caseiro.
Detesto festas, bailes, baladas e afins. Prefiro ficar em casa namorando, lendo um livro, ouvindo Rock n'roll, assistindo um dos meus filmes de terror ou navegando pela Internet.


Alguns links que dizem mais a meu respeito:
Meus BLOGs - http://pingudebuguduguruie.blogspot.com/ e http://misteriosjacutinga.blogspot.com/
Twitter: http://twitter.com/Betaldi
Minha Enciclopédia Virtual - http://jacutingaejacuzada.wetpaint.com/
Youtube: http://www.youtube.com/user/betaldi
Comunidade em minha homenagem - http://www.orkut.com/community.aspx?cmm=12191302&refresh=1

P.S. - Sou de poucas palavras apenas para falar, escrever eu começo e não paro mais...

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Spider-Man



Terça-Feira, 19 de Novembro de 2009.


Vou eu tomar um banho para ir trabalhar quando me deparo com uma barata dentro do Box.


Ok, não tenho medo de barata. Uns pontapezinhos de leve (pra não machucar a criatura) com a ponta do chinelo e a dita cuja retira-se do banheiro para eu ter mais privacidade.


Ligo o chuveiro, dou aquela ensaboada básica e fico um tempo lá embaixo da ducha pra molhar bem a juba antes do shampoo. Aí eu sinto uns arranhõezinhos na parte de dentro da perna.


"Que ótimo!" pensei. "A barata voltou... agora eu mato!".
Antes, claro, eu tive que tar uma mãozada no bicho para que ele caísse no chão. E para a minha surpresa não era uma barata, era uma aranha! Essa da foto aí de cima mesmo.


Senti uma ardência na mão direita, mais precisamente na lateral do dedo polegar. Era o veneno começando a fazer efeito. Achei até que fui agraciado com um pouco de sorte. E se ao invés de no dedo, a picada fosse... ?


Não pude deixar de imaginar a situação ridícula de chegar num hospital com o pinto mordido por uma aranha, ter que explicar a situação toda para curiosos, recepcionistas, enfermeiros, médicos e ainda por cima levar umas agulhadas em volta dele inteiro pra fazer um bloqueio anestésico...


Deixando o cartesianismo de lado e voltando ao ocorrido:
Com a mão picada, a cabeça fria e o coração acelerado, chamei por minha mãe e meu irmão para me ajudarem (meu pai estava viajando). Na minha cabeça, eu poderia vir a desmaiar a qualquer momento (e como tomo banhos de no mínimo meia hora, calculei que se isso ocorresse ia demorar um bom tempo até notarem que eu estava demorando).


Nem minha mãe e nem meu irmão me ouviram. Saí do chuveiro, me sequei porcamente (o banheiro ficou todo molhado fora do box) vesti uma roupa e os avisei.


Aí foi aquela correria...


Lembrei que é sempre recomendável capturar o animal peçonhento que te atacou e levar para o hospital a fim de que o médico o identifique e possa administrar o tratamento apropriado. E como minha mãe e meu irmão estavam mais nervosos do que eu com a situação (é sempre assim quando ocorre uma dessas), adivinhe quem teve que entrar novamente no box do banheiro para capturar o espécime? Sim, este que vos escreve!




Olhando atentamente para minha carrasca já dentro do vidro, a identifiquei (erroneamente) como sendo uma Aranha Armadeira, a mesma que originou um e-m@il (que você já deve ter recebido) onde vemos uma mão necrosando em poucos dias após a picada.


"Puxa vida, justo na mão direita, vai apodrecer a que eu uso mais..." pensei enquanto meu irmão dirigia para o Pronto Socorro. O alívio veio em forma de outro pensamento: "Bom... ainda bem que foi na mão!"


Chegando no hospital, o que aconteceu foi isso:



Enquanto a médica realizava os procedimentos cabíveis ao caso, a aranha foi identificada como sendo uma Aranha da Grama (Lycosa erythrognatha), não mortal e praticamente inofensiva. Só picou para se defender da patada que dei nela. Mas quem mandou estar na hora errada no lugar errado?


A parte irônica da coisa é que eu sempre criei Aranhas Caranguejeiras em casa, por muitos e muitos anos, e nunca fui mordido antes.


Outro detalhe, eu ia trabalhar naquela noite, mas de dia recebi um telefonema e tentei trocar de plantão, o que não foi possível na hora e acabou acontecendo depois. Vai ver a intenção da Lycosa erythrognatha, no fim das contas, era das melhores possíveis!


Quanto a ela... bem, como eu raramente sou de guardar rancor pretendia criá-la (meu aquário anda vazio ultimamente), mas devido as ameaças de esmagamento que o Bicho Detestável (segundo minha namorada) vinha sofrendo, optei por coservá-la morta (porém intacta) num vidro com formol, um souvenir bizarro.


A noite, umas quatro ou cinco horas depois da minha saída da observação do Pronto Socorro, meu dedo ainda estava dormente da anestesia e mesmo assim eu sentia fisgadas no lugar da picada.


Já fui atacado antes por abelhas, marimbondos, mamangavas. Fichinha. Aranha dói mesmo viu, e pela escala ainda faltam os escorpiões a as cobras...


Fora isso, vou tomar uns antiinflamatórios e antialérgicos por uns tempos. E aguardo ansioso pela aparição dos "efeitos colaterais" imaginados por Stan Lee!

sábado, 31 de outubro de 2009

Diário de Rorschach



Compilação na íntegra do Diário do Rorschach, um dos meus personagens favoritos de WATCHMEN.





12 de outubro de 1985
Carcaça de um cão morto no beco hoje de manhã com marcas de pneu no ventre rasgado. A cidade tem medo de mim. Eu vi sua verdadeira face. As ruas são sarjetas dilatadas cheias de sangue e, quando os bueiros transbordarem, todos os vermes vão se afogar. A imundice de todo sexo e matanças vai espumar até a cintura e as putas e os políticos vão olhar para cima gritando “salve-nos”… e eu vou olhar para baixo e dizer “não”. Eles tiveram escolha, todos. Podiam ter seguido os passos de homens honrados como meu pai ou o presidente Truman. Homens decentes, que acreditavam no suor do trabalho honesto. Mas seguiram os excrementos de devassos e comunistas sem perceber que a trilha levava a um precipício até ser tarde demais. E não me digam que não tiveram escolha. Agora o mundo todo está na beira do abismo contemplando o inferno e os liberais, intelectuais e sedutores de fala macia… de repente não sabem mais o que dizer.


13 de outubro de 1985
Dormi o dia todo. Acordei às 16:37, com a senhoria reclamando do cheiro. Ela tem cinco filhos de cinco pais diferentes. Deve enganar a previdência social. Logo vai anoitecer. Lá embaixo a cidade grita como um matadouro cheio de crianças retardadas. Nova York. Sexta à noite um comediante morreu em Nova York. Alguém sabe por quê. Lá embaixo… alguém sabe. O crepúsculo fede a fornicação e más consciências. Acho que vou me exercitar.


Primeira visita da noite infrutífera. Ninguém sabia de nada. Sinto-me deprimido. A cidade está morrendo de hidrofobia. Será que só consigo limpar a baba da sua boca? Jamais se desesperar. Jamais se render. Deixo as baratas humanas discutindo heroína e pornografia infantil. Tenho assuntos a tratar com outra classe de pessoas.


20:30. Encontrar Veidt me deixou um gosto ruim na boca. Ele é mimado e decadente. Traiu até mesmo suas próprias hipocrisias liberais. Talvez homossexual? Devo me lembrar de investigar mais. Dreiberg não fica atrás. Um fracassado lamuriando-se no porão. Por que restam tão poucos de nós na ativa e sem desvios de personalidade? O primeiro Coruja é dono de uma oficina. A primeira Espectral é uma puta velha e inchada morrendo num asilo na Califórnia. Capitão Metrópolis foi decapitado num acidente de carro em 1974. O Mariposa está num hospício no Maine. Silhouette aposentou-se em desgraça. Foi morta seis semanas depois por alguém querendo vingança. Dollar Bill foi baleado. Justiceiro Encapuzado sumiu em 55. O Comediante está morto. Só restam dois nomes na minha lista. Ambos moram no Centro Rockefeller de Pesquisas Militares. Eu vou até eles. Vou avisar o homem indestrutível que alguém planeja matá-lo.


23:30. Sexta à noite um comediante morreu em Nova York. Jogado pela janela. Quando atingiu a calçada, a cabeça dele entrou no estômago. Ninguém liga. Ninguém além de mim. Será que eles estão certos? Logo vai haver guerra. Milhões vão queimar. Milhões vão perecer de doença e miséria. Por que se importar com uma morte? Porque existe o bem e o mal, e o mal tem de ser punido. Mesmo à beira do fim, isso não vai mudar. Mas muitos merecem punição… e há tão pouco tempo.


16 de outubro de 1985.
Rua 42: seios nus se esparramam de todos os outdoors, de todos os cartazes, sujando a calçada. Me ofereceram amor sueco e amor francês… mas não amor americano. Amor americano; como Coca em garrafas de vidro verde…eles não fazem mais. Pensei na história do Moloch a caminho do cemitério. Pode ser mentira. Parte de uma vingança planejada durante uma década atrás das grades. Mas, se for verdade, o que significa? Referência intrigante a uma ilha. Também ao Dr. Manhattan. Será que ele corre perigo? Tantas perguntas. Tudo bem. Respostas em breve. Nada é insolúvel. Existe esperança. Enquanto houver vida. No cemitério, cruzes brancas se enfileram, marcas de giz numa lousa gigante. Faço última visita em silêncio, sem alarde. Edward Morgan Blake. Nascido em 1924. Comediante por 45 anos. Falecido em 1985, enterrado na chuva. É o que acontece conosco? Uma vida de conflitos sem tempo para amigos… e no fim só nossos inimigos deixam rosas. Vidas violentas terminando violentamente. Dollar Bill, Silhouette, Capitão Metrópolis… nós nunca morremos na cama. Não é permitido. Algo da nossa personalidade, talvez? Algum impulso animal para lutar e se debater, fazendo de nós o que somos? Não é importante. Fazemos o que deve ser feito. Outros enterram a cabeça entre as tetas inchadas da indulgência e da gratificação, leitões procurando abrigo debaixo de uma porca… e o futuro se avista como um trem expresso. Blake entendia. Tratava tudo como piada, mas entendia. Ele viu as rachas na sociedade. Viu os homenzinhos de máscara tentando remendar tudo… Ele viu a verdadeira face do século 20 e escolheu se tornar um reflexo, uma paródia desses tempos. Ninguém mais viu a piada. Por isso a sua solidão. Ouvi uma piada uma vez: Homem vai ao médico. Diz que está deprimido. Diz que a vida parece dura e cruel. Conta que se sente só num mundo ameaçador onde o que se anuncia é vago e incerto. Médico diz: “Tratamento é simples. O grande palhaço Pagliacci está na cidade. Assista ao espetáculo. Isso deve animá-lo.” Homem se desfaz em lágrimas. E diz: “Mas, doutor… eu sou o Pagliacci.” Boa piada. Todo mundo ri. Rufam os tambores. Desce o pano.




21 de outubro de 1985.
Saí da casa de Jacobi às 2:35. Ele não sabe nada sobre a tentativa de desacreditar Dr. Manhattan. Foi apenas usado. Por quem? Russos parecem a escolha óbvia: Manhattan e Comediante eram figuras militares importantes. Mas Comediante falou de uma ilha, artistas e escritores vivendo nela. Não se encaixa. Não consigo me concentrar. Cansado demais. Sem dormir desde sábado. Andei pra casa passando por latas de lixo cheias de rumores de guerra, analisando fatos; corpos; motivos… aguardando um lampejo de clareza no mar de sangue.


Acordei às onze com gritos lá fora. Perturbado por ter adormecido sem remover a pele da cabeça. Mais cansado do que imaginava. Devo ter mais cuidado. Do outro lado da rua, garotos com spray desfiguravam prédio abandonado. Memorizei feições e me preparei para o trabalho. Primeiro tirei meu rosto, dobrei e guardei no casaco. Sem face, ninguém me conhece. Ninguém sabe quem sou. Ao sair do quarto, encontrei a senhoria. Queixas de sempre: higiene e aluguel. Havia marcas de chupada no pescoço gordo. Recentes. Ela me lembra minha mãe. Na rua, inspecionei o prédio desfigurado: silhueta na porta, homem e mulher, possivelmente em preliminares sexuais. Não gostei. Faz porta parecer assombrada. Na 40a com a 7a, vi Dreiberg e Juspeczyk saindo do Gunga Diner. Um caso, talvez? Será que Juspeczyk arquitetou exílio de Manhattan a fim de abrir caminho para Dreiberg? Ela também odiava o Comediante. Devo investigar. Entrando no Diner, pedi café e me sentei olhando minha caixa de correio do outro lado da rua. Transeuntes fizeram vários depósitos: papel de bala, jornais, um par de tênis estrangulado pelos próprios cadarços, línguas pendendo horrivelmente. Esta cidade é um animal feroz e complicado. Para entendê-la eu leio seus dejetos, seus aromas, o movimento de seus parasitas… Sentei olhando o lixo e Nova York abriu seu coração.


Alguém tentou matar Veidt. Prova a teoria do “matador de mascarados”. O assassino fecha o cerco. Verifiquei mensagens. Bilhete de Moloch. Relacionado talvez? Depois fui recolher rosto no beco. Em frente ao Utopia, polícia prendeu um viciado em KT-285. Estava gritando alguma coisa sobre o presidente Nixon. Sobre bombas. Será que todos enlouqueceram menos eu? Sobre a 40a, um elefante flutuava. Acima dele, satélites espiões invisíveis. Se eles estreitarem seus olhos de vidro, todos vamos morrer. Mundo implacável. Só há uma resposta sadia para ele. O beco estava frio e deserto. Minhas coisas estavam onde eu havia deixado. Esperando por mim. Colocando-as, abandonei o disfarce e voltei a ser eu mesmo, livre do medo, da fraqueza ou do desejo. Meu casaco, meus sapatos, minhas luvas imaculadas. Meu rosto. Tenho três horas antes de encontrar Moloch. Mais adiante, ouvi grito de mulher, primeira nota balbuciante do coro noturno da cidade. Me aproximei. Uma tentativa de estupro/assalto/ambos. Pigarreei. O homem se virou e havia algo gratificante no seu olhar. Às vezes à noite é generosa comigo.


1 de novembro de 1985.
Último registro? Saímos do escritório de Veidt quase meia-noite. Dreiberg, convencido de que Veidt está por trás de tudo, fala sério em visitar a Antártica. A nave dele aparentemente tem condições, mas e nós? Veidt. Não imagino oponente mais perigoso. Se a jornada for possível, rastreá-lo ao seu covil é a única opção. Mas me sinto intranqüilo. Território desconhecido… Ele poderia nos matar na neve. Ninguém jamais saberia… Primeira noite de novembro. Estou com frio. Escritórios abaixo, lajes marcando diariamente milhares de túmulos. Dentro, nos mostradores dos relógios, tão visados quanto celebridades, os ponteiros iniciam as voltas finais. O fim vem a galope, favorecendo a espora, poupando as rédeas. Acho que vamos tombar logo. Veidt é mais rápido do que Dreiberg. Talvez mais do que eu. Voltar da missão parece improvável. Última anotação. Vou mandar o diário aos únicos em quem confio. Digo a Dreiberg que preciso checar minha caixa postal. Ele acredita. Quer eu esteja vivo ou morto, se você estiver lendo isso agora vai saber da verdade: seja qual for a natureza desta conspiração, Adrian Veidt é o responsável. Esforcei-me para ser compreensível. Acredito que tracei um quadro aterrador. Apreciso seu apoio recente e espero que o mundo sobreviva até isto chegar às suas mãos, mas tanques estão em Berlim oriental e o fim está próximo. Quanto a mim, de nada me arrependo. Vivi a vida sem concessões… e agora avanço rumo às sombras sem me queixar. RORSCHACH, 1 de novembro de 1985.

sábado, 10 de outubro de 2009

Amarelo Sangue



Já anoiteceu.
O interior da casa é aconchegante.
A sala de estar faz também as vezes de biblioteca e possui uma estante enorme de carvalho repleta de livros, a grande maioria antigos mas em excelente estado.
A frente do móvel, um homem corpulento admira a coleção a sua frente com os braços cruzados para trás e uma expressão de contentamento.
A campainha toca e ele caminha até a porta.
- Sim?
- Sr. Dario? - pergunta o motoboy conferindo o nome numa nota fiscal.
- O próprio, em carne e osso. Aliás, bem mais carne...
- Ahnnn... ah, sim. Encomenda pro Sr., assine aqui, aqui, aqui e aqui, por favor.
- Pois não...
Resolvido os trâmites legais:
- Aqui está.
Os olhos do homem até brilham ao pegar o pacote, cujas dimensões deixam explícito seu conteúdo: um livro.
- Mas rapaz,vocês são rápidos no gatilho mesmo, fico impressionado toda vez...
- Ora, obrigado, não é mais que nosso dever...
- Você me parece um tanto nervoso, algum problema?
- Ah, um pequeno imprevisto no caminho, quase fui pra m.... quase sofri um acidente na entrada da cidade.
- Que coisa... você não gostaria de entrar um pouco e se recompor? Tomar um refrigerante, usar o banheiro? Na verdade, eu insisto. Entre, vamos!
Hesitante, o entregador obedece. "Preciso mesmo dar uma mijada... e o cara não leva jeito de veado, deve ser a tal hospitalidade mineira de que tanto falam...".
Já dentro da casa:
- O banheiro é logo ali, fique a vontade.
Na sala de estar o homem abre cuidadosamente o pacote, até que o livro se revela: Capa amarela, título em italiano, mais de trinta anos de idade.
Quando o motoqueiro volta do banheiro, encontra o livro sendo folheado e cheirado por seu novo dono, praticamente num estado de pré-extase. Ele demora um pouco para perceber que seu convidado retornara a sala, e não se emcabula por ter sido flagrado naquela situação infantilmente ridícula.
- Livros... são minha paixão. Este é o último da coleção. Especial.
- Eu imagino, só pelo preço que o Sr. pagou por ele...
- Ah, pois eu pagaria até mais, e me arriscaria mais também. Este é o último Giallo que me faltava.
- Gi o quê?
- Giallo. Amarelo em italiano. Faz parte de uma série de livros baratos lançados a décadas atrás na Itália, tendo como característica principal a capa amarela. Como eu disse, só me faltava este.
- Legal...
- É, legal.
- Me disseram para ter um cuidado especial com essa entrega. Na verdade, dizem isso pra todas as entregas, mas nessa eu senti que a coisa era realmente séria. O Sr. Fulcci disse que durante o leilão receberam várias ameaças, me parece que houve até uma tentativa de roubo...
- Sim, até onde eu saiba não há mais nenhum exemplar deste aqui. Pelo menos não a venda por aí, e de que outra maneira você encontra algo assim, não é mesmo?
- Pois é... Bem, já vou indo então, agradecido por me deixar usar o banheiro.
- Não há de quê. Vai ficar hospedado em algum hotel da cidade?
- Não, volto para São Paulo hoje ainda.
- Pois então tome um gole de café, pra te deixar alerta.
- OK, eu aceito.
Os dois dirigem-se para a cozinha.
- Mas onde foi que a empregada guardou tudo?
- Hahahahah... é assim mesmo - ri o rapaz percebendo o quanto o homem parecia perdido em seu próprio habitat, procurando as coisas. - Antes de passar aqui eu fui até a sua loja no centro da cidade, falaram que as vezes o Sr. ficava por lá até mais tarde.
- Sim, mas agora que estou me retirando do negócio tenho ficado preguiçoso...
- Por sorte eu tinha este endereço residencial também...
- Sim, muita sorte. Na verdade, eu contava com isso...
- Hã?
- Nada não... aqui seu café, sente-se. É instantâneo, espero que não se importe.
- Claro que não, está ótimo.
- Mas, como eu disse, estou deixando os negócios.
- Ah é? Mas o Sr. não parece em idade de se aposentar. Nossa, café forte!
- A questão não é essa. O que eu precisava para me "aposentar", como você mesmo falou, eram duas coisas: Completar minha coleção de Giallo's e um substituto. Ou bode expiatório, para ser mais exato - essa última parte só foi dita quando o homem observou que a alta dose do potente relaxante muscular misturado ao café já estava fazendo efeito no motoboy, que sentia as pernas tão pesadas que mal podia movê-las. Além disso, seus lábios, dedos e peito formigavam. A cabeça estava leve, e ele não conseguia falar. Mas até então ouvia bem.
- Eu cheguei na cidade pouco antes de você. Quando tentei roubar o livro não obtive sucesso, mas tive acesso a lista de todos que deram um lance. Pouca gente. Não foi difícil descobrir o vencedor do leilão, sua empresa está cheia de gente desonesta que passa qualquer tipo de informação por uma quantia quase irrisória. O Sr. Fulcci devia escolher melhor seus funcionários... Na verdade, eu mesmo poderia ter dado o lance final, mas qual seria a graça nisso? Já estou pegando prática em conseguir meus livros assim, sujando as mãos de sangue. O Sr. Dario está morto na loja dele. A última coisa que viu foi minha luva de couro preto empunhando uma navalha afiadíssima que se pôs a dilacerar seu rosto e pescoço.
O homem sorri. Um sorriso normal, o que tornava tudo muito mais assustador. Ele veste suas luvas.
- Peguei um souvenir dele, que eu vou deixar com você para quando a polícia chegar. - o homem sacode uma orelha na frente do rosto do rapaz, antes de guardá-la no bolso de sua jaqueta de motoqueiro, junto da navalha ainda suja de sangue e as chaves da casa. - Isso liga você ao crime. Também vou por fogo naquela estante lá na sala. Uma bela coleção, mas tudo figurinha repetida. A última do álbum, a carimbada vai em segurança comigo. Tchau.

De seu estado paralisado, o motoboy ouve os passos do homem se afastando. Ele tenta se levantar, mas acaba caindo deitado de lado no chão frio da cozinha. Ele ainda escuta o fogo crepidando na estante da sala, muita falação do lado de fora da casa depois de algum tempo e uma sirene se aproxiamando. Estava realmente encrencado.

Bem mais tarde, no carro, o homem dirije satisfeito de volta para casa. Em alguns trechos, o sorriso em seu rosto aumenta e ele acaricia o livro ao seu lado, no banco do passageiro.

FIM

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

O Homem-Cobra (Sssssss)



Certamente eu já devo ter dito por aqui, em algum lugar do passado, que já não se fazem mais filmes como antigamente. E a cada dia tenho mais certeza disso.

Como eu havia dito neste post , depois de algumas dificuldades, consegui por minhas garras em um filme que tinha se esgotado em tudo que é lugar que eu costumo comprar. O filme em questão era O Homem-Cobra (tradução nacional óbvia do Sssssss original).

O Homem-Cobra foi um dos filmes que talvez mais tenha passado na extinta e clássica Sessão das Dez do SBT durante a década de 80 (a melhor época para uma criatura passar sua infância, acreditem!).

Era um filme que eu lembrava de ter assistido muitas vezes, lembrava que gostava, lembrava do fim do filme, mas queria ver de novo, agora crescido, por pura nostalgia.

Minha última experiência com o selo NBO (responsável pelo lançamento do DVD nacional) não foi das melhores: A Volta de Jack, o Estripador. Nada contra o filme em si, mas usaram uma fita em VHS como matriz para gerar o disco. Isso fica claro quando a tela dá aquelas subidas em escadinha e temos a sensação que o aparelho está mastigando o filme, que a fita saiu fora do alinhamento. Isso costumava acontecer com um aparelho muito antigo chamado VídeoCassete, a muitos e muitos anos atrás...

Sssssss começa a lá Jurassic Park: Um caixote misterioso de conteúdo orgânico vivo sendo carregado. Mas ao invés da coisa lá dentro se mostrar ameaçadora e agressiva(como no filme do Spielberg), faz o espectador ficar com pena da criatura lá dentro (que não aparece, apenas solta gemidos tristes e incompreensíveis). Seu destino não é dos melhores. Foi vendido ao dono de um circo de aberrações para ser exibido como... uma aberração. Quem vende um artigo é o cientista maluco do filme, um velho gente boa que tem uma cobra de estimação e a carrega para todo o canto(uma cobra alcoólatra, diga-se de passagem, com quem ele divide muito whisky ao longo do filme).

No dia seguinte o tal cientista maluco vai até o colégio local recrutar um estudante para ser seu assistente por um mês. O assistente anterior foi embora misteriosamente e sem falar nada para ninguém, para cuidar de um parente doente. Pelo menos é o que diz o cientista para o professor que vai indicar seu novo assistente...

Feito o acordo, ele (o cientista maluco, que na verdade é um renomado Dr. especialista em cobras) e a cobaia... ops, o novo assistente, partem uma isolada casa/laboratório, que além dos dois também abriga a filha do cientista e uma porção de bichos (cobras, claro, na maioria).

Logo que chegam, o novo assistente passa a receber injeções imunizadoras (sei...) para o caso de ser picado por uma das espécies altamente venenosas com que passará a trabalhar.

A partir daí, passamos a acompanhar a transformação do estudante naquilo mesmo que o título auto-explicativo já entrega de cara (ele descasca, fica verde, cria escamas pelo corpo, rasteja, sibila e etc). Também acompanhamos seu envolvimento com a mocinha do filme, a descoberta das intenções do pai pela filha e o destino de dois outros personagens que se metem no caminho do cientista.

Achei muito boa a maquiagem, a metamorfose vai ocorrendo sem exageros (pelo menos até a última etapa, que foi rápida demais pro meu gosto e limitada pelos recursos visuais da época. Mas nada que atrapalhe o resultado final).

Outro ponto positivo do filme é que os atores permitiram-se picar de verdade pelas cobras durante algumas cenas, algo que eu acho digno de nota, assim como a "interpretação" de dois dos coadjuvantes: Harry, a cobra de estimação chegada numa manguaça e O Rei, uma Cobra Rei/Real que impõe respeito e dignidade com a postura e o olhar realmente majestosos.

O cientista maluco é um capítulo a parte. Ele não é um cara ruim, é simpático e agradável (suas cenas dialogando com Harry e com o Rei são muito legais). Seu intento é dar um passo adiante na evolução da raça humana, mesclando-a com uma espécie que ele respeita e julga como sendo a sobrevivente definitiva do planeta. E ai de quem se meter no seu caminho!

Ao fim do filme (nada feliz, diga-se de passagem) fica reforçada aquela sensação, citada no começo do texto, de que já não se fazem mais filmes como antigamente.

E como sonhar é permitido, fico aqui pensando que com essa onda de refilmagens que ocorre em nossos dias, alguém resolva refazer essa pérola com os recursos de hoje. Ou melhor ainda, um cabra macho pra caramba se dignar a fazer uma sequência direta do filme (com o devido respeito para com a obra original, é claro).

E como o Homem-Cobra praticou conjunção carnal com a filha do cientista, dá até pra imaginar: Ssssssson ,que no Brasil seria traduzido como O Filho do Homem-Cobra, é claro!

A vida com AIDS é mais gostosa!



Pelo menos é o que diz essa propaganda da Sadia aí em cima.


Vida com S vira SIDA, que quer dizer Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (mazela popularmente conhecida por AIDS no Brasil).


Nossa, como eu posso ser chato as vezes...

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Inversão de Valores


CARTA DE UMA MÃE PARA OUTRA
INVERSÃO DE VALORES -(CASO VERÍDICO)


*Carta enviada de uma mãe para outra mãe em SP, após noticiário na tv.
De mãe para mãe.




'Vi seu enérgico protesto diante das câmeras de televisão contra a transferência do seu filho, menor infrator, das dependências da FEBEM em São Paulo para outra dependência da FEBEM no interior do Estado.
Vi você se queixando da distância que agora a separa do seu filho, das dificuldades e das despesas que passou a ter para visitá-lo, bem como de outros inconvenientes decorrentes daquela transferência.
Vi também toda a cobertura que a mídia deu para o fato, assim como vi que não só você, mas igualmente outras mães na mesma situação que você, contam com o apoio de Comissões Pastorais, Órgãos e Entidades de Defesa de Direitos Humanos, ONGs, etc...
Eu também sou mãe e, assim, bem posso compreender o seu protesto.
Quero com ele fazer coro.
Enorme é a distância que me separa do meu filho.
Trabalhando e ganhando pouco, idênticas são as dificuldades e as despesas que tenho para visitá-lo.
Com muito sacrifício, só posso fazê-lo aos domingos porque labuto, inclusive aos sábados, para auxiliar no sustento e educação do resto da família.
Felizmente conto com o meu inseparável companheiro, que desempenha, para mim, importante papel de amigo e conselheiro espiritual.
Se você ainda não sabe, sou a mãe daquele jovem que o seu filho matou estupidamente num assalto a uma vídeo locadora, onde ele, meu filho, trabalhava durante o dia para pagar os estudos à noite.
No próximo domingo, quando você estiver abraçando, beijando e fazendo carícias no seu filho, eu estarei visitando o meu e depositando flores no seu humilde túmulo, num cemitério da periferia de São Paulo...
Ah! Ia me esquecendo: e também ganhando pouco e sustentando a casa, pode ficar tranqüila, viu? Que eu estarei pagando de novo, o colchão que seu querido filho queimou lá na última rebelião da Febem.
No cemitério, nem na minha casa, NUNCA apareceu nenhum representante destas 'Entidades' que tanto lhe confortam, para me dar uma palavra de conforto, e talvez me indicar 'Os meus direitos' !'


Faça circular este manifesto! Talvez a gente consiga acabar com esta (falta de vergonha na cara)inversão de valores que assola o Brasil.




Direitos humanos deveria ser para
HUMANOS DIREITOS.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Há males que vêm para o bem



"Há males que vêm para o bem".


Nunca fui muito fã destes ditos populares. Este, acima citado, mais parece uma maneira de encher um pouco a bolinha de quem acabou de passar por algum mau bocado quando nos falta coisa melhor pra dizer e sobra a certeza que o indivíduo se estrepou legal mesmo.


Como bom pessimista que sou, concordo mais com aquela frase de humor feita em cima: "Há males que vêm para o bem, mas a grande maioria vêm pra te ferrar mesmo".


Pois é, mas este post é sobre um desses males que vem para o bem.


A mais ou menos uma semana atrás, comprei alguns DVD's numa loja virtual com meu cartão de crédito (da própria loja, já que quanto mais eu compro, mais pontos ganho e esses pontos me garantem descontos. E eu adoro descontos!). Até aí nada de mais, sou um consumidor compulsivo de livros, DVD's, quadrinhos entre outras quinquilharias. O negócio foi que ao ir consultar o andamento do meu pedido, fui informado de que a administradora do cartão não autorizou a cobrança.


Como assim!?!?!?!?!


Minhas faturas estavam todas em dia, eu estava dentro do limite, meu extrato no próprio site do cartão me informava que meu saldo estava disponível para compra.


Então, porque cargas d'água, a transação não deu certo?


Não sei... Só sei que entrei em contato com a loja (pedindo que não cancelassem meu pedido e tentassem efetuar a cobrança novamente) e para a administradora (questionando o ocorrido). Em ambos os casos recebi e-m@ils de resposta automáticos me pedindo para aguardar tantos dias úteis para que minha situação ser averiguada.


Nesse meio tempo meu pedido foi cancelado...


Fiquei P da vida, claro. Pelos meus cálculos, os filmes chegariam a tempo de eu poder assistir a todos no fim de semana (agora tenho todos os fins de semana livres devido a uma troca estratégica de plantões), o que acabou não acontecendo.


Pensei em cancelar o cartão, não comprar mais naquela loja (algo insensato porque essa foi a única vez que tive esse tipo de problema em cinco anos comprando quase que mensalmente deles).


Uma bela noite, abro meu e-m@il e lá está uma mensagem do cartão me avisando que eu ganhei um desconto de vinte reais em compras naquele site.


"Opa, isso é bom!" pensei.


Entrei lá e repeti a mesma compra de antes (felizmente nenhum ítem se esgotou no meio tempo, uma semana mais ou menos) e melhor ainda: um filme que eu queria fazia tempo e que não encontrava em lugar nenhum apareceu como disponível! Meti ele junto com os outros no meu carrinho virtual e concluí a compra de novo. No dia seguinte, só por curiosidade, fui bisbilhotar e descobri que tinha se esgotado novamente.


Dei sorte!


Realmente, há males que vêm para o bem.


Mas a maioria vem só pra te foder prejudicar mesmo...

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Reflexão Sobre a Maioria dos Brasileiros


Recebi este texto por em@il:


Temos o Senado que merecemos....


Os brasileiros reclamam de quê, afinal?


Os brasileiros:


- Falam ao celular enquanto dirigem;
- Trafegam pela direita nos acostamentos num congestionamento;
- Param em filas duplas, triplas em frente às escolas;
- Saqueiam cargas de veículos acidentados nas estradas;
- Estacionam nas calçadas, muitas vezes debaixo de placas proibitivas;
- Estacionam em vagas exclusivas para deficientes;
- Subornam ou tentam subornar quando são pegos cometendo infração;
- Trocam votos por qualquer coisa: areia, cimento, tijolo, dentadura;
- Violam a lei do silêncio;
- Dirigem após consumirem bebida alcóolica;
- Furam filas nos bancos, utilizando-se das mais esfarrapadas desculpas;
- Espalham mesas e churrasqueiras nas calçadas;
- Pegam atestados médicos sem estar doentes, só para faltar ao trabalho;
- Fazem gato de luz, de água, TV a cabo e banda-larga;
- Registram imóveis no cartóri o num valor abaixo do comprado, muitas vezes
irrisórios, só para pagar menos impostos;
- Compram recibos para abatê-los na declaração do imposto de renda;
- Mudam a cor da pele para ingressar na universidade através do
sistema de cotas;
- Quando viajam a serviço pela empresa, se o almoço custou 10 pede nota de
20;
- Comercializam objetos doados nessas campanhas de catástrofes;
- Adultera o velocímetro do carro para vendê-lo como se fosse pouco rodado;
- Compram produtos piratas com a plena consciência de que são piratas;
- Substituem o catalisador do carro por um que só tem a casca...
- Diminuem a idade do filho para que este passe por baixo da roleta do
ônibus, sem pagar passagem;
- Emplacam o carro fora do seu domicílio para pagar menos IPVA;
- Freqüentam os caça-níqueis e fazem uma fezinha no jogo de bicho;
- Levam das empresas onde trabalham, pequenos objetos como clipes,
envelopes, canetas, lápis... como se isso não fosse roubo;
- Comercializam os vales transportes e vale refeição que recebem das
empresas onde trabalham;
- Falsificam tudo, tudo mesmo... só não falsificam aquilo que ainda não foi
inventado...
- Quando voltam do exterior, nunca falam a verdade quando o policial
pergunta o que trazem na bagagem...
- Quando encontram algum objeto perdido, a maioria não devolve;


- etc., etc., etc...


E querem que os políticos sejam honestos...
Estes políticos que aí estão não são estrangeiros... Saíram do meio desse
mesmo povo.


Precisamos mudar, urgentemente!


Não sei você, mas eu concordo e confesso que vesti a carapuça direitinho em seis dos ítens citados. Deve estar no sangue...

Festa em 360°

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Manias


Eu sou aquele tipo de sujeito que não consegue mais desgrudar de uma câmera. Acho que já posso chamar isso de vício ou mania.


Tenho, de certa forma, quatro:

Uma Filmadora em DVD, uma Fotográfica com mais de uma dezena de MegaPixels e as duas "pau pra toda obra" (filmadora/ fotográfica) embutidas do Celular.


Sempre fico com a impressão que se eu sair na rua sem pelo menos uma delas, algo de extraordinário vai acontecer e eu vou perder a oportunidade de registrar para a posterioridade.


E isso é horrível, acreditem... Já estive em situações em que estava quase me atrasando pra alguma coisa (me orgulho em dizer que em toda minha vida jamais cheguei atrasado para um único compromisso) e tive que voltar correndo para casa "só" para pegar alguma das minhas "companheiras" pois me sentia praticamente sem ar por tê-la esquecido.


E não é que um belo fim de tarde, estava eu em casa (sem nem imaginar que algo incomum estava para acontecer) quando ouço algo estranho vindo da rua e acabo saindo e registrando isso:




Posso dizer que, para quem a câmera é quase uma extenção do próprio corpo, um dia a sorte nos sorri, um dia sorrimos para a sorte!


quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Meditação a Beira do Lago

Frases Fora do Contexto


Isso virou moda agora.

Basta abrir o Orkut, MSN, e lá estão elas:

Célebres frases de autores e pensadores famosos ilustrando o perfil de gente que parece viver a vida com uma filosofia de rodapé de almanaque.

Citam Maquiavel, Platão, Sócrates, Nelson Rodrigues e Cia. Ltda. como se fossem profundos conhecedores da obra em questão, ou mesmo amigos íntimos dos criadores.

Ok, são centenas, milhares de frases legais, mas as pessoas se esquecem de que elas fazem parte de um todo. Interpretadas isoladamente podem virar uma idéia fixa até perigosa.

"Os fins justificam os meios".
Falando assim, passa-se a impressão de que o indivíduo pode fazer o que quiser para alcançar seus objetivos. E foda-se a ética, a moral, a vontade e os direitos alheios. O importante é a realização pessoal.


Mas a frase da vez (ou pelo menos a que me instigou a escrever este post) é essa:

"Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas" de Antoine de Saint-Exupéry, citada em sua obra clássica O Pequeno Príncipe (Le Petit Prince).

Sinceramente, eu tenho medo dessa frase... Ou melhor, do modo como eu acho que as pessoas a interpretam.

Quer dizer então que se eu, na maior das inocências da face da terra, cativar (seja em que âmbito for) algo em alguém é meio que toma que o filho é teu?

Nana-nina-não!

Vivemos em tempos egoístas, onde certas pessoas fazem de tudo para que o mundo gire ao redor de seus umbigos.

Você arriscaria a se deixar levar por um sorriso, um olhar, uma gentileza ou outro ato qualquer que pode estar cheio de segundas intenções (longe daquelas que lhe seriam bem-vindas)?

Pois eu não!

Não aceito que me responsabilizem por algo que provoquei sem querer.

E essa questão de provocar é relativa, já que na maioria das vezes não somos provocados, nos deixamos sê-lo!

É muito fácil se deixar levar e depois colocar toda a culpa nas costas alheias. As pessoas adoram cobrar responsabilidade dos outros e esquecer da própria. Como pais que culpam a escola pelo fato dos seus filhos se tornarem marginais.

E a escola culpa o município, que culpa o Estado...

Bom, é isso...

Implicância


Novo marcador do Blog:




Sempre eu acho que meus marcadores já são o suficiente, mas vira e mexe me ocorre mais um...


Implicância vai ser meu marcador do contra, onde vou assumir o papel de Advogado do Diabo em relação a determinados assuntos e coisas que eu vejo por aí (algumas tidas como verdades absolutas e ponto final).

domingo, 2 de agosto de 2009

Utilidade Pública!


Anda sem tempo de ir ao Cinema, Locadora, ou mesmo de assistir a filmes na TV?

Sem problema, achei um Blog que conta como os filmes terminam:

http://comotermina.info/

terça-feira, 21 de julho de 2009

SuposiCollor


Letra de uma música do Ratos de Porão, extremamente pertinente:

SuposiCol
lor

É baixaria no congresso nacional

Liberou geral, vamos fuder

Pau no cú do povo que sofre

Sofre, sofre sem reclamar

Vamos roubar, vamos enriquecer

Muita farinha

Não se cheira pelo cú

Fantasma é mato

Grana suja de montão

SuposiCollor

Vamos lavar dinheiro

Dinheiro sujo e ilegal

Vamos gastar, vamos gastar a valer
E o povo que se foda, queremos é mais

Vamos cheirar, vamos enriquecer

Dois milhões de dólares, na minha conta apareceu

A minha sorte é divina

Um milagre aconteceu

Não tenho nada a ver com isso

Esse dinheiro nem é meu

Pois é...

Vão se fuder

É macumba da braba, pra se garantir
Pra não dar bandeira e ninguém descobrir

E o povo vai comer merda, tem que se danar

Vamos cheirar, vamos nos divertir !!!