segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Os Natais da minha infância



Desde tenra idade, o mês de Dezembro sempre foi o meu favorito.

Fim de ano significava férias, passeios, viagens, brincadeiras na rua sem hora para acabar...

E ainda tinha duas datas comemorativas passíveis de se ganhar presentes, o Natal no dia 25  e meu Aniversário no dia 27.  Claro que como toda criança perfeitamente normal e saudável, minha parte favorita nisso tudo era a hora dos presentes.
Dois, é claro, um do Papai-Noel e outro dos meus pais, pelo aniversário.

E foram muitos presentes ao longo da minha infância: Bicicletas, Video-Games, Bonecos e Veículos (dos Comandos em Ação, He-Man, SuperPowers, ThunderCats, Rambo, etc...).

O que mais me marcou foi esse "feioso" aí de cima.

Pra quem não conhece é o Mandíbula, inimigo do He-Man.

Tenho ele até hoje (nada-nada, a mais de vinte anos!), guardado a sete chaves.

Marcou porque eu tinha perdido as esperanças de ganhá-lo.

Senta que lá vem história:

Íamos (eu e minha família: Pai, Mãe e Irmão, Avó e Avô) passar  as festas no Sítio de uns parentes.
Como era de hábito, meus pais me fizeram escrever uma cartinha para Papai-Noel uma semana antes do dia 25 para depois colocá-la do lado de fora da janela do meu quarto, dentro de um tênis. Na carta deveria estar especificado o meu presentinho de Natal.
Feito isso, era aquela agonia minha e do meu irmão indo todas as manhãs conferir se o bom velinho tinha recolhido nosso pedido. Três ou quatro dias pareciam uma eternidade.
Lá pelo dia 22 ou 23 a cartinha simplesmente desaparecia de dentro do sapatinho e era aquela alegria.
Naquele ano foi diferente. A cartinha sumiu mas minha alegria e a do meu irmão durou até que levantei a questão:
"Como Papai-Noel fará para entregar nossos presentes se não vamos estar em casa este ano?".
A lógica infantil está além da argumentação adulta, e de nada adiantou meu pai e minha mãe falarem que ele saberia onde estaríamos.
Acho que eu e meu irmão chegamos a cogitar a possibilidade deles nos deixarem em casa (a idéia de um sítio nunca nos foi das mais agradáveis) enquanto viajavam, mas a situação era complicada já que a minha idade somada a dele não chegava nem a uns 13 aninhos...
Muito a contragosto fomos viajar. Os primeiros dias no Sítio foram chatos. A perspectiva de não ganhar presentes naquele ano era motivo mais que suficiente para que nós não brincássemos com os bichinhos, com os primos, nem nadassemos na piscina.
Nada estava bom...
Eis que chega a grande noite.
Virada do dia 24 para o dia 25, aquela ceia de Natal fabulosa (foi a primeira vez que comi carne de pato e de cabrito) e eu e meu irmão de bico.
Eu lembro que estava sentado a mesa degustando minha sobremesa quando ouvi uma prima mais velha gritar:
"Nossa, o que é isso!??!?!?! Anselmo, Àlan, corram aqui!!!".
Obedecemos.
Chegando na sala, que foi de onde o grito veio, dois embrulhos de presente em pé na frente da lareira (acho que também foi o primeiro Natal que passei em uma casa com lareira), um com meu nome numa etiqueta, outro com o do meu irmão. Trocamos aquele olhar incrédulo (realmente as nossas esperanças já tinham se esgotado) e nos colocamos a rasgar o papel.
Ganhei meu Mandíbula, e meu irmão o Príncipe Adam.
Fomos dormir com nossos bonequinhos na mão, para no dia seguinte os deixar encostados num canto para aproveitar tudo o que o sítio tinha a nos oferecer.
Aí sim brincamos, jogamos bola, nadamos...
Bons tempos!

Hoje, o mês de Dezembro continua sendo meu favorito.

A parte dos presentes ainda é gostosa (e agora engloba também o ato de presentear pessoas queridas - que no fim das contas acaba sendo tão prazeroso como receber os mimos), mas o mais importante é ter as pessoas que amo (amigos, família) ao meu redor, conversar bastante (sobre coisas sérias e muitas bobagens também), comer aquelas comidinhas que só se faz em fim de ano, rir, brincar...

Desejo que você ganhe exatamente aquilo que você quer e que tenha ainda a possibilidade de deixar isso um pouquinho de lado para aproveitar melhor  a companhia de quem está ao seu redor e os momentos inesquecíveis que só essa época pode proporcionar!

Um feliz Natal pra todo mundo!

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