sábado, 18 de outubro de 2008

Tudo Errado

Eu sou adepto da teoria de que se algo começa errado, termina errado!

Você pode remediar a situação, ir comendo pelas beiradas, empurrando com a barriga mas no fim jamais vai ter sido como se tivesse começado direito.

É o caso deste post, por exemplo...

Confesso que estou muito mal informado acerca do que vou escrever, mas assumo a responsabilidade e vou até o fim ciente de que estarei correndo o risco de dizerem "Que sujeito mais imbecil e sem noção! Escreveu um monte de besteiras...".

Hey ho, let's go:

Não acompanhei o caso do sequestro da Eloá pelo seu ex-namorado Lindemberg.
O tipo de circo que a mídia arma quando acontece esse tipo de situação me irrita!

Pelo que me consta, o casal namorava a pelo menos três anos.

Hoje Eloá tem quinze anos, Lindemberg vinte e dois.

Fazendo as contas, a menina tinha doze aninhos quando começou a namorar seu futuro sequestrador (de dezenove na época)!

Doze!

A garota era criança quando começou a namorar com um marmanjo maior de idade, barbado e com testosterona escorrendo pelos ouvidos!

Onde estavam os pais dela que não viram isso?

Uma mulher adulta se enamorar por um sujeito bem mais velho é uma coisa, mas uma criança?

Se esse meu questionamento for errado e eu for um caretão cabeça dura, alguém por gentileza me avise...

Mas vá lá.

O cara não tinha antecedentes criminais, era trabalhador, aparentemente boa pessoa...

Mas agredia ela!

Pelo que fiquei sabendo, o namoro durou três anos entre indas, vindas e porradas!

Será que essa Eloá que já tinha idade pra namorar não era capaz de ver que tinha alguma coisa errada nisso? Será que ninguém (família, amigos) se propôs a dar uns toques pra ela?

Ok, ok, vamos seguir em frente.
Como eu já falei no começo, não estou 100% informado sobre o caso.
Fui pegando uma coisinha aqui, outra ali e formei minha opinião baseado nisso (e, afinal, não é o que todo mundo faz?).

Lindenberg entrou no apartamento e fez reféns. Soltou alguns deles ficando por fim somente com a ex-namorada e Nayara, uma amiga dela.

Por algum motivo soltou Nayara, tinha só Eloá em seu poder quando alguém, do alto de sua sabedoria, achou que o pedido dele para que Nayara retornasse deveria ser atendido.

E faça-se a vontade do sequestrador!

Devolveram um refém liberto!

Hahahahahahahah...

Devolveram um refém liberto!

Por algum motivo ele deixou a moça ir, depois resolveu que a queria de volta e lá foi ela!

E se fosse a munição dele que tivesse acabado, enviariam uma caixa de balas? Ou quem sabe um trezoitão novinho em folha?

Reféns, ao meu ver, são a mais valiosa moeda de troca em um caso desses.

Quer água? Liberta um refém.
Quer comida? Solta mais dois.

Mas isso é o que eu acho, e o que eu acho é meu porque fui eu que achei!

No meio disso tudo, a maldita imprensa sensacionalista ligando pro celular do bandido e conversando ao vivo com ele! E dando opiniões o tempo todo sobre o que ele deveria fazer, o que a polícia deveria fazer, tudo como se o maior interesse não fosse audiência.

Aí aparecem "voluntários" para a negociação.
Até gente do time de futebol que o marginal torcia pintou na área.

O sequestrador e suas reféns acabaram meio que virando celebridades nacionais, numa das poucas vezes que assisti algo sobre o caso na televisão estava a tal Nayara livre, leve e solta andando por fora do apartamento falando tranquilamente ao celular!

Parecia um momento de glória! Tipo "Gi, vc num vai acreditar meu, liga a televisão e põe no quatro pra vc me ver!".

E é claro, não poderiam faltar, as bestas quadradas defendendo o bandido: "Pobrezinho, ele é bonzinho, só está abalado por causa do fim do relacionamento...".

POBREZINHO É O CARALHO!

Eu já tomei um pé na bunda, você já tomou um pé na bunda, quem nos meteu o pé na bunda também já tomou um pé na bunda e ninguém saiu por aí sequestrando gente!

Pra finalizar, a polícia que teve várias chances de acertar um disparo bem nos meio dos cornos do meliante resolve arrombar a porta e invadir o local, supostamente após ouvir um disparo. Resultado: A saltitante Nayara ferida levemente no rosto e Eloá (até este momento em que escrevo) entre a vida e a morte num hospital, com um tiro na cabeça. Tiro esse, aliás, que pelo que me consta ainda não se sabe se veio da arma de Lindemberg ou dos policiais que invadiram o apartamento.

Tudo errado!

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