segunda-feira, 2 de junho de 2008

Ovelha Desgarrada


A educação (interprete como cavalheirismo, cordialidade, afabilidade, etc) está saindo de moda.


Infelizmente, diga-se de passagem...


As pessoas esquecem de coisas básicas, como pedir "por favor" ou "com licença", de agradecerem ou serem gentis. Coisinhas simples assim, que no fim das contas acabam fazendo toda a diferença.


É impressinonte o poder de um sorriso, um "bom dia" ou "boa noite", uma palavrinha de ânimo ou uma brincadeirinha quando tudo está cinza (e pretejando).


E o mais preocupante disso é que educação é uma coisa que vem de berço.

Tem a ver com a criação que a pessoa teve, com coisas que qualquer papai, mamãe ou tutores civilizados passaram para o indivíduo desde tenra idade.

Quem tem, tem.
Quem não tem dificilmente vai ter um dia, e não há dinheiro que pague.

E quem paga o pato são os educados, que tem que aguentar caras azedas, grosserias e "coices" gratuitos.


Hoje mesmo ocorreu um episódio desses comigo, e como dei uma resposta irônica (algo que raramente faço, mesmo sempre tendo uma na ponta da língua), resolvi postar aqui.


Trabalho num Hospital, cuido da Recepção e da Farmácia no período noturno.

Gosto do meu trabalho mas tenho consciência de que uma Unidade Hospitalar não é um local dos mais agradaveis para uma pessoa estar. Se você está num hospital (e não trabalha ali), quer dizer que você ou alguém próximo está sob cuidados especiais.


Realmente nada agradável, triste até, mas qual a parcela de culpa das outras pessoas nessa situação?


O caso é que essa noite chegou um cidadão aqui trazendo um outro que estava "passando mal". Foi extremamente arrogante, rude e mal-educado, queria o médico logo (optou por não passar pelo Pronto Socorro, onde o atendimento é gratuito e imediato).


Nada estava bom.


O médico chegou e foi atender o paciente.

O indivíduo saiu do ambulatório e veio puxar papo comigo.


Parecia outra pessoa agora, deu pra notar que ele percebeu que tinha passado um pouco da conta. Além de eu estar de saco cheio da cara dele, ainda estava ocupado fazendo uma conferência da farmácia e uma internação (ao mesmo tempo).

Respondia a suas perguntas com hun-huns e sacudidas de cabeça básicas ( ia ficar por isso mesmo) até que a certa altura ele me disse que era Pastor Evangélico.


Aí eu não resisti...


Segue o diálogo:


- Pastor?


- Sim!


- De qual Igreja?


- Da *$&@&@ (não vou dizer o nome da Igreja do cara aqui, é claro).


-Ah, bom saber...


-Pq, você é evangélico também?


-Não, é pra eu passar bem longe dela...


-PQ ?!?!?!?!?!?!?


- Uai, se um Pastor, que deveria dar exemplos como amar e respeitar o próximo como se fosse a si mesmo trata os outros assim, fico imaginando o que pregam por lá...


Acho que ele até ia falar alguma coisa (os lábios deram uma tremidinha), mas ficou meio branco, de olhos esbugalhados e resolveu esperar o término da consulta do lado de fora.


Pior:
Quando terminou foram embora sem pagar!
No fim das contas eu até que me diverti...
Grato por lerem, voltem sempre!




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